O famoso quadro de Rembrandt retrata
maravilhosamente “o regresso do filho
pródigo”. O quadro reproduz de forma grandiosa, a cena bíblica do abraço entre o pai e o filho (Lc 15,20).
No centro,
estão as duas mãos do Pai que
repousam serenamente sobre os ombros do filho. A mão direita é feminina,
simbolizando delicadeza, acolhida e perdão. A mão esquerda é masculina,
sinalizando amparo, proteção e fortaleza. Juntas representam a mansidão e a força do “Pai das misericórdias e Deus de toda consolação” (2Cor 1,
3). O Pai é representado como um ancião, curvado pelo peso dos anos, sinal de
experiência, fragilizado fisicamente e
com visão enfraquecida.
A capa vermelha que cai largamente de
seus ombros indica sua dignidade, descendência patriarcal e vermelho significa
sangue, vida. Ao mesmo tempo, evocam abrigo, cuidado e proteção. Belíssima é a expressão da cabeça do “filho perdido”
encostada no peito do velho pai,revelando reconciliação, perdão e, sobretudo,
acolhida gratuita, sinal de estar junto. Ao contrário do pai, o filho é
maltrapilho, ajoelhado significa sinal de miséria, o pé descalço revela
pobreza e o pé calçado significa estar de prontidão para seguir em frente. As
solas dos pés estão marcadas pelo penoso caminho que percorreu. Há um detalhe
significativo: um pé está calçado e o outro com a sandália ao lado, o que acena
a Lc 15, 22: “Ponde-lhe sandálias nos pés”. Sabemos que, naquele tempo,
oferecer sandálias, junto com anel e túnica, significava restituir a dignidade
a alguém que ‘se perdeu nos caminhos da vida’. O cachorrinho sinal de companheirismo e a espada que permanece no cinto, à direita, aponta a origem
nobre do filho, conservada não obstante seus desvios e perversões. Os empregados
é sinal de serviço e acolhida.
Salmo 135/136
A misericórdia
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