sábado, 27 de fevereiro de 2016

Filho pródigo



Quadro de REMBRANDT
O famoso quadro de Rembrandt retrata maravilhosamente “o regresso do filho pródigo”. O quadro reproduz de forma grandiosa, a cena bíblica do abraço entre o pai e o filho (Lc 15,20).
No centro, estão as duas mãos do Pai que repousam serenamente sobre os ombros do filho. A mão direita é feminina, simbolizando delicadeza, acolhida e perdão. A mão esquerda é masculina, sinalizando amparo, proteção e fortaleza. Juntas representam a mansidão e a força do “Pai das misericórdias e Deus de toda consolação” (2Cor 1, 3). O Pai é representado como um ancião, curvado pelo peso dos anos, sinal de experiência,  fragilizado fisicamente e com visão enfraquecida.
A capa vermelha que cai largamente de seus ombros indica sua dignidade, descendência patriarcal e vermelho significa sangue, vida. Ao mesmo tempo, evocam abrigo, cuidado e proteção. Belíssima é a expressão da cabeça do “filho perdido” encostada no peito do velho pai,revelando reconciliação, perdão e, sobretudo, acolhida gratuita, sinal de estar junto. Ao contrário do pai, o filho é maltrapilho, ajoelhado significa sinal de miséria, o pé descalço revela pobreza e o pé calçado significa estar de prontidão para seguir em frente. As solas dos pés estão marcadas pelo penoso caminho que percorreu. Há um detalhe significativo: um pé está calçado e o outro com a sandália ao lado, o que acena a Lc 15, 22: “Ponde-lhe sandálias nos pés”. Sabemos que, naquele tempo, oferecer sandálias, junto com anel e túnica, significava restituir a dignidade a alguém que ‘se perdeu nos caminhos da vida’. O cachorrinho sinal de companheirismo e a espada que permanece no cinto, à direita, aponta a origem nobre do filho, conservada não obstante seus desvios e perversões. Os empregados é sinal de serviço e acolhida.
Salmo 135/136 A misericórdia

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